domingo, 13 de junho de 2010

Os Três Reinos

Como texto complementar da aula do dia 12/06, seguem as questões do Livro dos Espíritos de Allan Kardec:

585 Que pensais da divisão da natureza em três reinos, ou melhor, em duas classes: os seres orgânicos e os inorgânicos? Alguns fazem da espécie humana uma quarta classe. Qual dessas divisões é preferível?
– Todas são boas, dependendo do ponto de vista. Sob o ponto de vista material, há apenas seres orgânicos e inorgânicos; sob o ponto de vista moral há, evidentemente, quatro graus.
☼ Esses quatro graus têm, de fato, características nítidas, ainda que seus limites pareçam se confundir. A matéria inerte, que constitui o reino mineral, tem somente uma força mecânica. As plantas, ainda que compostas de matéria inerte, são dotadas de vitalidade. Os animais, compostos de matéria inerte e dotados de vitalidade, têm além disso uma espécie de inteligência instintiva, limitada, com a consciência de sua existência e de sua individualidade. O homem, tendo tudo o que há nas plantas e nos animais, domina todas as outras classes por uma inteligência especial, sem limites fixados, que lhe dá a consciência de seu futuro, a percepção das coisas extramateriais e o conhecimento de Deus.

586 As plantas têm consciência de sua existência?
– Não; elas não pensam, têm apenas a vida orgânica.

587 As plantas têm sensações? Elas sofrem quando são mutiladas?
– As plantas recebem impressões físicas que agem sobre a matéria, mas não têm percepções e, portanto, não têm a sensação da dor.

588 A força que atrai as plantas umas às outras é independente de sua vontade?
– Sim, uma vez que não pensam. É uma força mecânica da matéria agindo sobre a matéria; elas não poderiam se opor a isso.

589 Algumas plantas, como a sensitiva e a dionéia, por exemplo, têm movimentos que demonstram uma grande sensibilidade e em alguns casos uma espécie de vontade. A dionéia, cujos lóbulos capturam a mosca que nela pousa, parece preparar uma armadilha para matá-la. Essas plantas são dotadas da faculdade de pensar? Têm uma vontade e formam uma classe intermediária entre a natureza vegetal e a natureza animal? São uma transição de uma para a outra?
– Tudo é uma transição na natureza, pelo próprio fato de que nada é semelhante e que, entretanto, tudo se liga. As plantas não pensam e, por conseguinte, não têm vontade. A ostra que se abre e todos os zoófitos não pensam: há neles apenas um instinto cego e natural.
☼ O organismo humano fornece exemplos de movimentos semelhantes sem a participação da vontade, como nas funções digestivas e circulatórias; o piloro5 se contrai ao contato de alguns corpos para lhes impedir a passagem. Deve ocorrer o mesmo com a sensitiva, na qual os movimentos não implicam, de modo algum, a necessidade de uma percepção e ainda menos de uma vontade.

590 As plantas têm, como os animais, um instinto de conservação que as leva a procurar o que lhes pode ser útil e a fugir do que as pode prejudicar?
– Sim, têm, pode-se dizer, uma espécie de instinto, isso dependendo da extensão que se dá a essa palavra; mas é um instinto puramente mecânico. Quando, nas operações de química, vedes dois corpos se reunirem, é porque se ajustam, ou seja, há afinidade entre eles; mas não chamais isso de instinto.

591 Nos mundos superiores as plantas são, como os outros seres, de uma natureza mais perfeita?
– Tudo é mais perfeito; mas nesses mundos superiores as plantas são sempre plantas, os animais são sempre animais e os homens, sempre homens.
Fonte: http://www.espirito.org.br/portal/codificacao/le/le-2-11.html

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